A votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara dos Deputados será realizada no dia 2 de agosto, anunciou na noite desta quinta-feira o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), após se reunir com líderes partidários.
"Ouvidos todos os líderes e por decisão deles, houve acordo na data,
tanto nos partidos da base quanto nos de oposição, no dia 2 de agosto",
disse Maia a jornalistas, após reunião com líderes.
"Se tentou um acordo em um rito diferente do regimental, não teve
acordo, então nós vamos no dia 2 de agosto às 9 da manhã começar a
votação", acrescentou.
Nesta quinta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara aprovou parecer contrário à denúncia de corrupção contra o
presidente, feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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Mais cedo, Maia definiu que o quorum mínimo para realizar a votação no
plenário seria de 342 deputados e justificou dizendo que era uma decisão
da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.
São necessários os votos de 342 deputados favoráveis à denúncia para
autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a decidir se aceita ou não a
acusação e se torna Temer réu, o que obrigaria seu afastamento da
Presidência por até 180 dias.
O quorum mínimo foi o que criou o impasse entre governo e oposição.
Oficialmente, o governo diz não ter pressa na votação e que a
responsabilidade de garantir o quorum é de quem deseja que a denúncia
seja julgada pelo STF.
"O problema de quorum não é nosso, é de quem quer receber a denúncia...
pode ser agora ou pode ser agosto", disse o ministro da Casa Civil,
Eliseu Padilha, nesta manhã.
Mas uma fonte palaciana disse à Reuters que o governo queria votar na
sexta-feira, embora reconhecesse ter dificuldades para garantir sozinho o
quorum necessário.
"É evidente que o ideal era resolver isso agora", disse a fonte,
acrescentando que o governo ainda tentava negociar com Maia baixar o
quorum para abertura da votação de 342 para 257.
"Com essa posição dele fica muito difícil. O governo tem os votos para
barrar a denúncia. A oposição não tem os votos, mas está fazendo o
movimento de esvaziar. Não ganha e nem deixa ganhar", disse a fonte.
Maia disse após a reunião com líderes que, pessoalmente, preferia que o
plenário da Câmara votasse a denúncia na segunda-feira, mas que um
acordo neste sentido não foi possível.
"Eu estava disposto a votar na segunda-feira, mas tanto a oposição como
a base preferiram o dia 2 de agosto", disse Maia. "Espero que no dia 2
de agosto à noite a gente possa ter esse assunto encerrado."
Da Redação com Terra
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