O vice-prefeito divulgou uma nota anunciando o seu “afastamento” das funções alegando não estar participando da gestão
O vice-prefeito do município de Conde, Doutor
Temístocles Filho, criou uma crise institucional e rompeu com a prefeita
Márcia Lucena por causa da secretária de Saúde, esposa do
vice-prefeito. O vice-prefeito divulgou uma nota anunciando o seu
“afastamento” das funções alegando não estar participando da gestão.
Para a prefeita Márcia Lucena, a atitude do companheiro de chapa é
irresponsável e agride frontalmente o projeto político de transformação
que ambos construíram desde a campanha.
Segundo Temístocles, a função executiva de vice-prefeito foi-lhe gradativamente podada.
De acordo com a prefeitura, o vice-prefeito tem tentado “transparecer
à opinião pública e ao eleitorado uma suposta crise
político-administrativa, crise só existe na consciência do próprio
vice-prefeito e que é resultante de sua incapacidade de honrar o
compromisso assumido perante o eleitorado e às forças políticas que nos
elegeram”.
Segundo a gestora, o vice-prefeito vinha se recusando a participar
diretamente das decisões políticas e administrativas mais importantes da
Prefeitura de Conde em nome de seus interesses particulares. Houve a
pactuação, ainda durante a campanha eleitoral, que ao vice-prefeito
caberia, a partir da posse, orientar diretamente as ações da saúde.
O vice-prefeito, no entanto, recusou o cargo de secretário, mas
indicou a esposa para a função de secretária-adjunta, o que lhe
garantiria uma inserção direta e permanente às instâncias de decisão.
Posteriormente, a esposa de Temístocles assumiu o cargo de secretária de
Saúde, ampliando ainda mais o espaço a ele destinado para a tomada de
decisões da política pública de atendimento à população de Conde.
Contudo, alegando incompatibilidade com a agenda da Secretaria de
Saúde, esposa do vice-prefeito pediu exoneração do cargo e o nome
indicado para substituí-la foi considerado adequado tanto pelo
vice-prefeito quanto pela ex-secretária.
“É uma decisão decepcionante, por revelar a fraqueza de quem não se
dispõe a enfrentar os desafios que a gestão e as necessidades do
município nos impõem”, diz a prefeitura, em nota.
De acordo com a
administração municipal, embora buscasse compartilhar as decisões com o
vice-prefeito, ele nunca exerceu suas funções executivas, mantendo-se
sempre à distância, envolvido em seus afazeres de médico e de dono de
hospital em outro município.
Para Márcia Lucena, a decisão do prefeito se dá por “sua incapacidade
de rejeitar as práticas de um passado que o Conde precisa superar por
terem sido danosas aos interesses públicos, mas nunca esquecer para que
não sejam repetidas”.
Da Redação com Click PB
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