sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Fraude no IPM: áudios apontam Pedro Coutinho como "chefão"

áudios em poder do MP apontam Pedro Coutinho como comandante do esquema





Fraude no IPM: áudios apontam Pedro Coutinho como "chefão"


A íntegra da denúncia do Ministério Público da Paraíba relacionada à operação Parcela Débito, desencadeada em agosto, mostra um fato que muitos eleitores de João Pessoa não vão querer acreditar. Digo mais especificamente os eleitores que elegeram Pedro Coutinho vereador da capital em outubro do ano passado.
 O parlamentar, falecido em maio deste ano, tinha profundo envolvimento com a quadrilha que, segundo a denúncia, vinha fraudando o Instituto de Previdência de João Pessoa (IPM).
 E não com pouco. Estima-se que o montante chegou a R$ 25 milhões entre 2012 e 2016, período em que Pedro ou aliados indicados por ee comandaram o órgão. O lugar dele na organiação teria sido ocupado pelo irmão, Carlos Alberto de Araújo Coutinho, após a morte do vereador.

De acordo com o coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Octávio Paulo Neto, o esquema funcionava com a inserção de benefícios irregulares nos contra-cheques dos pensionistas, porém, o dinheiro a mais não chegava ao seu destino.
 A ordem de pagamento seguia com o valor correto para o beneficiário e o restante era desviado para contas específicas, de pessoas que integravam o esquema.
 Pelo menos 13 das 20 pessoas com mandado de prisão expedidos são servidores efetivos da prefeitura. O esquema contava com a participação de servidores, ex-servidores e pessoas alheias à administração pública. Só parte dos destinatários dos “benefícios” tinham conhecimento do esquema.

As interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostram a troca de informações antes e depois da operação. Em várias delas, é possível ouvir Polyane Patrício Bezerra Cavalcante discutindo com Pedro Coutinho sobre a retirada do dinheiro supostamente desviado.
 A denúncia apresenta o ex-vereador já falecido como comandante de uma Organização Criminosa (Orcrim). Polyane chegou a ser presa no dia 24 de agosto, mas foi solta posteriormente e cumpre medidas cautelares.


Ouça o áudio

 


Outro ponto apresentado na denúncia e evidenciado nas escutas é o tom de comando de Carlos Alberto de Araújo Coutinho nas operações após a morte de Pedro Coutinho.
 Em um dos áudios, em conversa com o filho de Pedro, Luiz Alberto Moreira Coutinho Neto, o personagem apontado como novo comandante das operações questiona o sobrinho sobre a situação na Câmara de João Pessoa.
 Ele, então, ouve queixas sobre o fato de o atual presidente da Casa, Marcos Vinícius (PSDB), não estar pagando por servidores fantasmas. Caberia a ele deliberar sobre pedidos de inclusão de beneficiários e estratégias no que diz respeito à nomeação de novos beneficiários no esquema. “Importa frisar que cada membro da família Coutinho mantinha enraizado no IPM/JP interpostas pessoas de sua ‘confiança'”, diz a denúncia.


Ouça o áudio

 


Núcleos


O Ministério Público dividiu o grupo em núcleos, de acordo com o papel que cada um dos suspeitos tinham na operação. O método mostrou que Pedro Coutinho teria envolvido no esquema grande parte dos seus familiares.

Núcleo da Família Coutinho

. Pedro Alberto de Araújo Coutinho (falecido)

. Carlos Alberto de Araújo Coutinho (irmão)

. Angélica Raquel Coutinho Moreno (filha)

. Luiz Alberto Moreira Coutinho Neto (filho)

. Pedro Alberto Araújo Coutinho (filho)


Núcleo da família Firmino

O empresário Francisco Eriberto (Beto), segundo a denúncia, “firmava muitos negócios com o Chefe da ORCRIM (Pedro Coutinho), inclusive empréstimo de dinheiro, ocultava um apartamento e um veículo da FAMÍLIA COUTINHO, possuindo também carros locados ao IPM/JP. 
LARISSA FIRMINO DA SILVA, LEANDRO FIRMINO DA SILVA e LEONARDO FIRMINO DA SILVA eram um dos maiores beneficiários (fantasma) dos desvios perpetrados no IPM/JP, causando dano ao erário de grande monta. 
Com o desencadeamento da fase ostensiva, verificou-se que AUIG DANIELLE CANDEIA NÓBREGA também está ligada ao núcleo da FAMÍLIA FIRMINO”. Em escuta telefônica após as prisões, ele diz a outro suspeito que vai contar toda a verdade à política e lamenta ter envolvido os filhos “na politicagem” de Pedro Coutinho.

Membros:

. Francisco Eriberto Santos da Silva (Beto, proprietário de uma concessionária na Avenida Beira Rio)

. Larissa Firmino da Silva (filha)

. Leandro Firmino da Silva (filho)

. Leonardo Firmino da Silva (filho)

. Aiug Danielle Candeia Nóbrega (amiga íntima de Eriberto, segundo o MPPB)

Confia o áudio

 


Núcleo dos servidores do IPM

Eram responsáveis por incluir o benefício nas contas específicas e depois desviarem, sem deixar pista. Em uma das escutas feitas com autorização da Justiça, o Ministério Público detectou o momento em que Verônica Gadelha recebia ordem para ficar doente e não ir trabalhar. 
O motivo era não responder os questionamentos encaminhados pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Membros:

. Moacir do Carmo Tenório Júnior

. Verônica Gadelha Veloso Guedes

. José Lourenço de Sousa Filho

. Lucas Tadeu Henrique Lustosa

. Cristiano Henrique Silva Souto


Ouça o áudio

 


Núcleo dos arregimentadores

Deste núcleo, o nome destacado é o de Polyane Patrício, que “é considerada uma das principais peças do grupo criminoso”, diz o MPPB.
 Ela, inclusive, mantinha grande proximidade de Pedro Coutinho “e, em virtude de sua estreita relação com o mesmo, participava ativamente das ações criminosas e se mantinha através dos desvios perpetrados junto ao IPM/JP. 
ANA CRISTINA LOPES DE ASSIS e ODJALVA DA SILVA AMORIM eram também peças importantes no organismo delinquencial, pois arregimentavam pessoas a fim de disponibilizarem seus nomes como servidores fantasmas em troca de determinadas quantias”.

Membros:

. Polyane Patrício de A. Bezerra Cavalcante

. Ana Cristina Lopes de Assis

. Odjalva da Siva Amorim

. Priscilla Patrício de A. Bezerra Cavacanti


Veja vídeo no qual Polyane saca dinheiro

 

Núcleo operacional

Rosiberto Carlos, segundo o Ministério Público, “é o principal gerente operacional da empresa criminosa, já que exercia a função de “Diretor Financeiro” do esquema. Era, ainda, o atravessador do esquema junto à Câmara Municipal de João Pessoa, de modo que aviava as frequências das pessoas lotadas na Câmara Municipal de João Pessoa e ligadas a PEDRO COUTINHO.”

. Rosiberto Carlos da Silva Santos

. Joacil Nscimento de Carvalho

. Eryson Luis Di Aragão Alves


Núcleo dos beneficiários

. Cecília Peixoto Galvão

. Loriberto Peixoto Galvão

. Cecília Peixoto Galvão

Da Redação com PB Agora

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